Mesmo sem nenhum problema metabólico aparente, como hipertensão, diabetes, colesterol alto, as pessoas obesas* ou com sobrepeso** têm 24% a mais de risco de morte prematura causada por problemas súbitos como o infarto, quando comparados aos que estão dentro de uma faixa de peso considerada eutrófica *** e seria a 2ª causa de morte prematura. Em primeiro lugar, estaria o cigarro – fumar provoca cerca de 25% de todas as mortes prematuras na Europa e na América do Norte, e fumantes podem reduzir pela metade esse risco se pararem de fumar.
Estar em sobrepeso ou obesidade pode ser a causa de 1 em 7 mortes prematuras na Europa e 1 em cada 5 mortes na América do Norte. Estes dados foram publicados no Jornal The Lancet (2016) e você consegue ter acesso livre neste link: https://doi.org/10.1016/S0140-6736(16)30175-1
A ideia que pessoas vivendo com obesidade podiam ser metabolicamente saudáveis é antiga e já foi revisada. Hoje sabemos que, independente de ter ou não alterações de exames ou outras doenças associadas, pessoas com excesso de adiposidade, podem ter tempo de vida mais curtos.
Acontece que a obesidade é uma doença crônica e multifatorial…
… e o sobrepeso já é uma condição que predispõe a obesidade, que é uma doença (mais uma vez falando).
Portanto, o indivíduo pode naquele momento específico não apresentar alterações laboratoriais, mas ainda assim ele está doente. E o indivíduo que apresenta sobrepeso também pode manifestar algum grau de comorbidade e desta maneira pode sim, receber tratamento.
Vamos pensar que um dos riscos mais evidentes da obesidade está no acúmulo de gorduras nas artérias; e é justamente esta situação que devemos alertar, e é esta situação que diminui a expectativa de vida das pessoas que vivem com excesso de adiposidade.
Uma série de malefícios, como angina (dores no peito), infarto do miocárdio, dificuldades de memória, depressão, risco de diabetes tipo 2, problemas de ereção, impotência sexual, doenças nas articulações, lombalgia crônica, doença renal e até cegueira estão envolvidos.
Portanto, cientificamente, a ideia de obesidade “saudável” é um mito.
